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domingo, 19 de julho de 2015

43o, 44o, e 45o. dias! Conhecendo Portland, despedindo-se de John e rumando para Vancouver!






Golden Beach – Portland!

Após o churrasquinho da noite anterior, acordamos ainda lembrando das risadas e da empolgação no lodge, com uma leve ressaca por parte do expedicionários, John acompanhando inclusive neste quesito, how fun! Tomamos o café e rumamos para Portland – OR. 

Costa de Oregon, pedras, falésias perfazem um cenário lindo.


Costa de Oregon



O dia ensolarado, friozinho ameno, perfeito para pilotar. Estávamos ansiosos com a cidade de Portland. Tínhamos ainda a revisão das motos por fazer e com isso, alguns dias para desfrutar na principal cidade de Oregon, com aproximadamente 600 mil habitantes, chegando a mais de 1 milhão se somado às cidades satélites. Acolhedora, limpa, perto da confluência dos rios Willamette e Columbia, considerada uma das dez mais ecológicas do mundo, principalmente, pelo uso de carros elétricos, como o exemplo que foi nos dado pelo amigo John Jonhson,  que dirige o seu Honda Fit  ecologicamente correto. Por algumas vezes, estacionamos em estacionamentos privativos onde a vaga para tal é assegurada, com ponto de “carregamento” ou abastecimento, além de um incentivo do governo para compra destes veículos, estimulando a população.


Alce, fazenda entre Golden Beach e Portland, route 128.
 Chegamos a Portland e fomos direto para as concessionárias, Achilles e Gustavo para BMW e Silvio e John para Triumph. Assim que os trâmites de agendamento foram feitos, apesar de certa dificuldade, pois não agendamos com antecedência. Bem que tentamos, mas trabalham aos domingos e tiram folga nas segundas (como saber?). Fica o alerta para os que aí pretendem se aventurar, agendamento é importante nos US e Canadá, pois aqui, regras são regras.

Fomos bem recebidos nas concessionárias, já não com o mesmo “calor latino”, mas com eficiência e muitos check lists, padrão americano. Fica a lembrança do que já havíamos vivenciado em Albuquerque, aqui não tem muita maleabilidade para consertar peças, preferem trocá-las, o consumo impera e isso, infelizmente, hoje acarreta num custo elevado para brasileiros, diante na depreciação  do Real. Silvio teve que trocar velas, filtros e manutenção das válvulas programadas para os 35 mil km, caro por sinal!
Logo após deixarmos as concessionárias, perto das 17h, fomos de taxi para a casa do John, que já nos aguardava.
O local é bem interessante, difere do habitual para nós, pois ele mora no rio (risos). Explicando, é um tipo de casa que eles chamam de “boat house” ou casa barco, onde as casas ficam literalmente alocadas no rio, como barcos ancorados a um píer. No jardim, o rio Willamete, maravilhoso por sinal. Fotos em anexo. O rio é limpo e tem inclusive salmões.

Vista da Boat House do Jonh, Willlamete river ao fundo.


Ufanismo americano. Interessante e justificável o patriotismo.

Pier entre as boat houses.


Boat houses ancoradas.




Gustavo no deck de John's house, lugar aprazível.

Nos alojamos, sentamos, tomamos uma cerveja e discutimos um pouco mais sobre a viagem, enquanto aguardávamos para conhecer um pouco de Portland. Já noite, fomos conhecer uma das famosas cervejarias, ou “Brewelries” locais. John nos levou numa tradicional cervejaria, onde experimentamos as famosas Índia Pale Ales (IPA) americanas, o Silvio mais nas pilseners. Tem muitos tipos de cervejas artesanais, boa música ao vivo e o local sob o ponto de vista arquitetônico muito bonito. Enfim, um dia perfeito!
No dia seguinte, acordamos com o visual do rio a nossa frente.  Da nossa janela, avistamos remadores, pássaros, barcos e alguns caiaques. Uma paisagem diferente para nós, além de nos encher os olhos.

Usufruem e cuidam do rio. Esportes náuticos diversos.

Mais uma de várias pontes sendo construída, sem poluir o cenário.




Jonh's neighbor dog. 


Fomos ao centro da cidade para tomar café e darmos uma arrumada no visual de leve (barba e cabelo), pois estamos há quase dois meses sem. Imaginem, motivos de mil risadas e brincadeiras entre nós. Acabamos achando um salão de duas vietnamitas, imigrantes que estão batalhando aqui em Portland. Saímos um pouquinho melhor do que entramos....kkk
À tarde, fomos buscar as motocicletas nas oficinas o que toma muito tempo entre deslocamento, pagamento etc.... À noite, jantamos num restaurante que tinha um visual fantástico de Portland pois fica na cobertura de um edifício, no 30 andar.
Durante a manhã seguinte, John nos levou para conhecer alguns vizinhos, as suas casas, a comunidade. Pessoas simpáticas que ficam muito curiosas com a nossa viagem, nos fazem perguntas e uma oportunidade para vivenciarmos o modo de vida deles. Muito interessante! Para variar, percebemos que nosso amigo John é uma pessoa querida também pelos seus vizinhos.  O rio quando sobe, eleva o nível das casas de todos os moradores para mais de 10 metros acima, como na enchente de 1996, vivenciada por Gustavo na ocasião. Enfim, uma vida muito diferente para os nossos padrões, ficamos encantados!

Tri met, transporte público funciona e Portland fica entre as 10 menos poluentes do mundo. 

Pioneer Square, downtown Portland. De 1996 pra cá, nada mudou, linda.


Os barbudos.
Ainda não tivemos a oportunidade de apresenta-lo mais detalhadamente,  mas já que chegamos em Portland, gostaríamos de   dizer que John Kendall Johnson é o nome do cidadão, pessoa de baixa estatura, nem por isso deixa de ser um grande homem, americano de naturalidade, “host father” do Gustavo por 1 ano  (1996-1997) durante um programa de intercâmbio estudantil onde o mesmo cursou o “senior year” numa escola americana, condizente com o terceirão no Brasil. Na ocasião moravam em Beaverton, uma das cidades satélites de Portland. Desde então preservaram a amizade, prova disso é o fato de Gustavo ainda chama-lo de “dad”. Já se foram quase 20 anos e apesar da distancia, ali se preservou e  cultivou uma amizade, bonito de ver. John se esforça para falar o português, auto-didata que é, surpreende nas nossas conversas. Aventureiro, preserva bons costumes, entre eles a aviação, motociclismo, barco V8 na garagem, entre outros. Chama atenção o lado humano, pessoa desprovida de maldade, com um coração gigante. Nos recepcionou de forma formidável e no trecho dos EUA dividiu conosco a experiência e deu o tempero necessário para a Expedição, se integrando facilmente entre todos.

Pioneer Square.


Water front Portland. Crianças se divertem.

Willamette river.

Pontes e mais pontes sobre o lindo Willamette.

Pessoas usufruem dos espaços públicos no water front, picnics, esportes. Adoramos tudo isso.




Expedicionários em Portland.

Artistas de rua.

Praças e mais praças....

Dia de dar uma ajeitada no visual pra poder continuar frequentando a civilização, hehe!

A simpática vietnamita naturalizada americana e Gustavo dando um trato no look...e não é fácil (antes que alguém comente kkk) 

Achilles pensando na melhor forma de se expressar pra pedir o corte de cabelo.

Azaaaaa, tá bonito de barba hein....gozações entre nós quase não existe! km


O russo da expedição.
Bar no 30 andar de um edifício, vista linda da cidade.
 À tarde e à noite deste mesmo dia, a cereja do bolo. John, que é piloto de helicóptero e de avião, veterano da Guerra do Vietnan, nos levou para fazer um vôo no seu Bonanza 1959, um porsche dos ares como disse nosso amigo Pineti, outro aficcionado pelas máquinas voadoras. O vôo foi entre a pista do aeroporto que John tem o seu hangar, até a pista onde tem a sede do aeroclube o qual ele pertence. Tivemos então o prazer de voar no avião do nosso querido amigo, o qual inclusive na ida deu o manche para o Silvio ter o gostinho e na volta para o Gustavo. Também convidou o Achilles, mas este declinou a favor do Gustavo. O aeroclube que fomos é um lugar tipicamente americano, com cerca de 200 pilotos, os quais pudemos perceber o quanto os americanos gostam das “engines” ou dos motores, alguns nos apresentados são, alem de caros, fantásticos. Neste dia, por sorte,  um DC-3 que foi totalmente reformado fazia parte do cronograma do aeroclube onde proprietários e mecânicos foram convidados para discorrer sobre o trabalho realizado, cuja reforma culminou, após 2.5 anos, neste belo avião. Na mesma noite no John fez questão de apresentar-nos, o que já vinha fazendo por onde passava em todo território estadunidense, falou com orgulho sobre a nossa viagem para os que estavam no local. Ficamos emocionados e fomos aplaudidos também. Foi interessante nesta apresentação, poder vivenciar o orgulho “pride” americano, de seus feitos, mesmo tendo sido eles grandes ou pequenos, falam das suas conquistas, dos seus feitos de forma interessante e procuram fazer o melhor, pois dos aviões que nos foram apresentados, beiravam a perfeição. Admiramos tudo isso!


Quando retornamos, já estava escuro mas o vôo foi tranqüilo e o piloto Gustavo se saiu muito bem, como na ida tinha se saído bem o Silvio, ambos tendo a honra de serem alunos do John por alguns minutos.

Mais um dia produtivo, cheio de emoções e alegrias!

Dormimos cansados, mas felizes!

John's plane, Bonanza V tail 1959.



Com direito a passeio de avião com o piloto John. Tivemos o prazer de conhecer o Aeroclube dele. 

O famoso DC-3. Poucos ainda desta forma, para os fãs da aviação um grande avião. Este já com milhas de poder ir e voltar à lua por 24 vezes. Verdade.
Palestra sobre a restauração do DC-3 no aeroclube do John!


Piloto Silvio.


Na sexta-feira, dia 17 de julho, nos despedimos  com certa tristeza do nosso amigo John, pois passamos dias inesquecíveis nos Estados Unidos em companhia dele e rumamos para o Canadá.

Na saída, Gustavo na frente, Achilles no meio e Silvio atrás. Numa daquelas saídas, Gustavo e Achilles com uma orientação diferente do Silvio no GPS, acabaram se separando involuntariamente e viajaram o dia inteiro separados, só se reencontrando no hotel no final do dia. Silvio acabou chegando uma hora e meia antes ao hotel, no centro de Vancouver.

O pneu traseiro de Anita, veio incomodando desde Tahoe, local onde teve dois furos e foi consertado por nós mesmos no sistema do velho macarrão. Entretanto, por ser um furo no sulco do pneu e meio lateral, não teve a vedação adequada e perdia ar de forma bem vagarosa, mas o suficiente para baixar a pressão e termos que parar várias vezes para colocarmos ar. Havia movimento na estrada, principalmente quando passamos por Tacoma e por Seattle no Estado de Washington (este na costa oeste), uma cidade grande e rica e onde fica a fábrica dos aviões Boing.

Passamos pela imigração canadense de forma rápida e atendidos com muita educação pelos funcionários. Uma beleza!

Chegamos já por volta das 17horas na bela Vancouver e procurando um local onde pudéssemos fazer o reparo do pneu traseiro da Anita. Depois de algum tempo achamos a revenda Suzuki, mas eles disseram que por ser quase 18h. não haveria tempo para realizar a mesma e pediram que voltássemos no dia seguinte. Que trabalheira com este pneu!

À noite, saímos para jantar e demos uma visualizada na cidade ainda que de forma rápida. Mas deu pra ter uma idéia, mesmo que superficial, que alem do povo canadense ser de uma miscigenação interessante e bonita, a cidade faz jus a todos elogios tecidos e lidos por nós. Passeamos na Commercial Dr., famosa por barzinhos e restaurantes ainda a tarde, pela proximidade com a loja de motos, passeamos próximo ao parque no water front, com as ruazinhas charmosas, com bares e edifícios interssantes, com uma vida noturna agitada, com cara de feliz, alem de nos parecer muito aconchegante.
A educação é algo impressionante, o trânsito um pouco fora dos nossos padrões, o que dificulta em algumas intersecções, mas funciona. Fomos bem tratados, apreciamos a visita, mesmo o tempo e imprevistos tendo nos impedido de conhecer mais da bela cidade, tivemos a certeza que nesta, vale voltar!

A sempre difícil hora da despedida. A expedição ganhou um grande amigo! Obrigado John.
 Vídeo da saída da casa do John!

Caro John, a viagem que estamos fazendo será inesquecível para todos nós e nessas lembranças ficarão os momentos alegres que desfrutamos juntos. Foi uma satisfação ter convivido contigo nesses dias e somos muito gratos pelo carinho e pela receptividade. "Thank you so much, John!"

Algumas imagens da região do porto de Vancouver!






As expedicionárias de hoje são Eliane Refatti   e Loiva Grasel, colegas da Excelência em Implantes do Silvio que estão acompanhando de perto a expedição. Grande abraço!




3 comentários:

  1. História para 100 ANOS... Que privilégio!!
    Continuem publicando, continuamos ACOMPANHANDO... sucesso na viagem e abraços. Lorivan

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  2. Parabéns pelas belissimas fotos e textos do blog. Pela cara do Gustavo se essas barbeiras vietnamitas abrissem salão aqui em Chapecó eu ia perder o cliente hehe.

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  3. Bom voltar a encontrar vcs , e as narrativas dos expedicionários, já estava com sdss.
    Como tudo ocorrenuma sequência ótima ( fora o trauma da Moto do Sílvio) , é felicidade e uma sequencia de fatos únicos e memoráveis . O Dad Father , foi um achado. Forte abraço.

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