Arquivo do blog

domingo, 14 de junho de 2015


Santo Domingo/Equador a Pasto/Colômbia

Saímos da esburacada Santo Domingo e logo após uns 20kms uma serra e curvas, com uma temperatura deliciosa de 22 graus. Verde, curvas, serras e pequenos balneários de águas termais. Estranhamos que havia pouco movimento o que nos permitiu fazer as curvas num ritmo bom e que rendeu os aproximadamente 120kms de curvas contínuas.


Mas, logo após a serra o movimento voltou ao normal. Para variar, no Equador definitivamente não funcionou bem. Não sabemos o motivo, mas simplesmente nos deixou na mão.
Passamos pela capital Quito, a qual parece ser uma capital arrumada. Pelo menos nos passou esta impressão. Na nossa passagem pelo Equador, acabamos não conhecendo as duas principais cidades do Equador: A Capital Quito e tampouco a comentada Guayaquil. Infelizmente, não tivemos tempo. A nossa impressão do Equador foi boa, um país com perfil igual aos seus vizinhos Peru e Colômbia, com pobreza aparente, mas com bons recursos naturais e tentando engatinhar no mundo econômico e da infraestrutura. Achilles gosta mais do Peru pela enorme diversidade natural, pela gastronomia e pela contagiante alegria de seu povo. Gustavo já simpatizou mais com o Equador, por apesar de parte do trânsito ter se apresentado caótico, quanto mais nos aproximamos de Quito, melhor a infra-estrutura das rodovias, paisagens e organização do país, cultivos rurais em encostas feitos de forma elegante e bonita.
Após a passagem por Quito,  mais montanhas e uma boa estrada, alternando trechos em obras, fazendo com que trafegássemos em 10kms de estrada em obras de piso de chão. Como chovia leve, havia barro, mas como estamos com os comentados pneus Karoo 3, tudo vai muito bem em pisos não asfaltados.
Aliás, nos últimos três dias, desde que entramos no Equador, todo final de tarde chove fino. Nos dias anteriores, foi interessante pois amainou as altas temperaturas, mas hoje a chuva veio com frio. Como a chuva é fina, ainda não foi necessário inaugurar a capa de chuva.
Chegamos em Tulcán, na fronteira com a Colômbia por volta da 17:30hs, a tempo de fazermos o último abastecimento com gasolina a 50 centavos de dólar.(vale abastecer antes de passar para Colômbia)
A  passagem pela aduana do Equador  foi demorada, somente para dar a saída das motos. Havia fila e a funcionária era muito morosa, fazendo-nos esperar pelo menos uns 45 minutos. O lado bom é que conversamos com dois colombianos que estavam fazendo o caminho contrário ao nosso e também com um argentino que viajava sozinho vindo da Colômbia. Estávamos em dúvida entre pernoitar em Ipiales a primeira cidade Colombiana ou ir até Pasto, uns 70kms adiante. Um colombiano nos falou que eram uns 300kms até Pasto e a viagem durava umas 04 horas, o que foi contestado pelo Argentino, dizendo que Pasto era uma hora dali e que deveríamos ir até Pasto. Pelo jeito, o argentino sabe mais da Colômbia que o colombiano, ou este estava querendo nos sacanear. Fato é que são apenas, aproximadamente, 75km, apesar de muitas curvas, portanto, não se engane pela km, deve-se aqui, levar em consideração o tempo, 1h30.

A imigração na Colômbia foi rápida, mas a aduana pede cópias de vários documentos, como passaporte, documento da motocicleta e da carteira de habilitação. Achilles havia providenciado diversas cópias destes documentos para todos, entretanto, a aduana pede cópia da página do passaporte que contém a saída do Equador. Pode?? Então tivemos que providenciar isso, além do SOAP, seguro obrigatório, ao custo de 22 dólares por moto, que segundo o oficial é tabelado no pais. Para realizar tudo isso perdemos tempo e já estava escuro.
Como o comentário geral era que as Farcs haviam assassinados o comandante da Polícia da região e mais 06 policiais e que havia rompido o acordo de paz com o governo colombiano, ficamos receosos de seguir. Quando estávamos com este receio e fazendo os procedimentos na aduana, apareceu um simpático colombiano na porta e disse: “ Estão precisando de algo? Falam espanhol ou inglês? “ E assim tivemos o enorme prazer de conhecer Darío e seu filho Gabriel que estavam viajando numa R1200GSA, mais antiga, aquelas muito elogiadas pela fácil manutenção, vindo do Equador. Ele aguardou que terminássemos os trâmites e nos convidou para ir com ele até Pasto. Ficamos aliviados e agradecidos e nos fomos seguindo Darío que pilotava rápido pelas curvas no meio da noite, provável por ser local!
No meio do caminho ele parou num vilarejo e nos convidou para jantar um delicioso “pollo” assado com arroz, maionese e lentilhas. Como não tínhamos jantado, estávamos com muita fome e aquele jantar nos pareceu um banquete. Enquanto jantávamos Darío nos convidou para pernoitar na sua casa. Ficamos um pouco constrangidos com o convite pois nossa aparência não era das melhores. Sujos e cansados. Mas como Darío insistiu e o convite foi sincero aceitamos.
Fomos muito recebidos na sua casa pela sua esposa Doris, nos colocaram em camas confortáveis e quente, tomamos um banho e um café, terminamos o blog e fomos dormir exaustos.

De Pasto a Cáli

A recepção oferecida por Darío, Doris, Gabriel e o Apollo o cachorro carismático,  foi sensacional. Muito calor humano, muita simpatia, sinceridade, enfim nos fez muito bem. Somente irmãos do motociclismo tem o enorme prazer de vivenciar que um desconhecido até então, nos abordar numa aduana, estando nós sujos e com aspecto ruim e nos levarmos para dentro da sua casa. Sem palavras para agradecer o carinho com o qual fomos recebidos. Nos fez muitíssimo bem. Darío é um sujeito tão especial que ao ouvir nós comentarmos sobre Silvio, fez questão que passemos o seu telefone ao nosso amigo para que possa recebe-lo também em sua casa. Show!

Despedida do Apollo, Pasto Colombia, ao fundo a linda casa do casal Dario e Doris.

Achilles com Gabriel e Apollo (bulldog), Dario e Doris, amigos e anfitriões.

Tomamos café na casa da especial família e eles ainda nos acompanharam a um local onde Gustavo pudesse consertar o espelho danificado por um motorista de uma Van peruana e seguiram conosco até uma hora após na estrada pois iriam à casa de campo deles.
No caminho, montanhas belíssimas de um verde escuro marcante e curvas, curvas e curvas. Como disse Gustavo, “...não é que tenha muitas curvas entre Pasto a Cali,  correto é dizer que não tem retas...” Parece exagero mas não é. Muito difícil fazer mais do que 400/450kms aqui. E foi isso que fizemos.


No caminho, além de curvas e carretas, deparamo-nos com muitas barreiras policiais e do exército. Parece que o país está em guerra, apesar de não termos em momento algum vivenciado algum risco durante a vaigem.  As Farcs quebraram o acordo de paz com o governo colombiano e fizeram um atentado bem aonde entramos na fronteira, assassinando um coronel da polícia, comandante local e mais 06 policiais. Este atentado ocorreu dois dias antes de chegarmos. Porém, não nos sentimos inseguros, pela quantidade de policiais na nossa rota. Todos sem exceção nos cumprimentavam na passagem. Ouvimos o conselho de todos para que chegássemos cedo e foi isso que fizemos. Chegamos às 17:30 em Cáli, são e salvos. Hoje foi o dia mais quente da viagem. 37 graus!! Saímos com frio de Pasto e colocamos a segunda pele. Transcorrido uma hora, não resistimos e tivemos que parar para tirar as mesmas. Calorão! E assim tem sido estes dias: alternância de temperatura dentro do mesmo dia.

Trecho entre Pasto e Popayan, curvas e mais curvas com a paisagem que fala por si só.

GoPro.

Já em Cali, a entrada foi tranqüila, conseguimos um hotel bem localizado, apesar de não termos reserva, organizamos as coisas, carregamento de todos equipamentos, banho e na seqüência caminhamos umas 6 quadras para o restaurante indicado pelo hotel, El Solar. Diga-se de passagem, excelente, desfrutamos de uma boa corvina, pratos saborosos e com ótima apresentação, num ambiente com boa iluminação e astral.
Corrina em redução de Chardonnay
No retorno, ainda pudemos sentir um pouco da cultura local, com bares com músicas regionais em som alto, com o merengue rolando, bem aprazível e interessante. Cansados, o destino foi o bom e velho hotel.
Amanhã rumamos para Bogotá, pelas informações que obtivemos, será mais um longo dia, cursando com variações de temperatura e trechos sinuosos, comum para Colômbia. Felizes pela proximidade de um descanso no aguardo do amigo Silvio, que vem fazendo os trechos por nós realizados há poucos dias. Previsão de encontro para o fim desta semana, felizes por isto!


Abraço fraternal a todos.

Motos, carretera e GoPro.
Achilles na colombia após almuerzo. 
Selfie com a paisagem colombiana ao fundo.

Nosso especial amigo Fabiano Olseski, também  conhecido  como Tsunami, vestido como manequim com a camiseta da expedição.  Fabiano gosta muito da Colômbia  e conhece  este pedaço de chão.  Gde abco amigo e obrigado  por nos prestigiar!

4 comentários:

  1. Opa !!!, junto ao amigo Achilles tivemos oportunidade de conhecer esse belo canto da América do Sul, em 2013 andamos por Medellín, Bogotá e Cartagena.
    Estamos na cola do trio, acompanhando diariamente as notícias e torcendo pelo reencontro, o qual se dará logo.
    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caprichou na foto Tsunami...kkkk..boa meu amigo! Forte abraço! Estamos no hotel que ficaram, muito bem localizado, bem legal!

      Excluir
  2. Sensacional a recepção do Dario e sua família. Essas atitudes só acontecem mesmo entre motociclistas e isso é muito bacana. As estradas são muito top. Vão com Deus. Abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade Moisés. Hj vivenciamos outro gesto de solidariedade entre motociclistas, aqui em Bogotá! Leva-se muito mais a sério do que no Brasil, é fantástico, são pontos de apoio, amigos que conhecemos em poucas horas, com o objetivo de trocar informações e divulgar o espírito do motociclista!!! Muito legal!

      Excluir