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segunda-feira, 29 de junho de 2015

27o. e 28o. dias: São Pedro Sula, saindo de Honduras, passando pela Guatemala, pegando um Barco para ir a Belize. Aventura trash!

Dormimos numa cidade chamada Choluteca, num hotel à entrada da cidade na beira da rodovia, onde estavam vários espanhóis hospedados que estavam realizando uma obra de painéis de energia solar na região.

Hotelzinho sinistro! Guarda com metralhadora!


O trajeto entre Choluteca e San Pedro Sula foi fantástico e daqueles dias que não sentíamos desde o Peru, com a sintonia total entre o piloto e a máquina. Estrada muito boa, alternando auto estrada e via simples, mas muito boa de pilotar.

Quando estávamos 80km de San Pedro Sula, paramos para fotografar na beira de um lago muito bonito e rodeado de pequenos restaurantes. O Lago chama-se Yojoa e tem 16km de comprimento e 06 km de largura, com muita biodiversidade. Ali, tivemos o prazer de conhecer um fazendeiro e motoclista hondurenho cujo nome é Jorge Orellana. Sujeito simpático e de boa prosa, ficamos conversando mais de uma hora, tiramos fotos e eles nos deus boas informações sobre San Pedro Sula, Honduras, criação de gado e plantação de café. Obrigado Jorge Orellana. Satisfação em conhecê-lo!

Lago Yojoa, Honduras!
Lugar muito bonito, convidativo!

Nosso amigo Jorge, por quem passamos na estrada e vendo as motos paradas no restaurante, resolveu conhecer-nos e nos deu a satisfação da sua companhia!



A passagem por Honduras foi muito tranquila e a comentada estatísticamente como violenta San Pedro Sula, a qual até pensávamos em desviar, foi receptiva, calma, com direito até um carnaval local que vimos de longe, bom hotel e boa comida. Honduras, assim como a Nicarágua, foram gratas e agradáveis surpresas que saboreamos com prazer!

Tudo isso nos faz refletir sobre a diferença entre ouvir ou ler sobre o local e vivenciar o mesmo. Lógico que respeitamos as advertências e temos receio dos perigos. Não se trata em absoluto de negligenciar a realidade negativa. Ao mesmo tempo, não podemos relevá-las a um nível que se sobressaia em relação aos aspectos positivos. Estamos discorrendo sobre isso, pois estávamos de certa forma sempre um pouco apreensivos em relação à  Colômbia, Nicarágua, Honduras, El Salvador(que não passamos), Guatemala e ao ainda não transposto norte do México. Seguimos o conselho de não trafegarmos à noite, com exceção à Colômbia, pois fomos acompanhando nosso amigo colombiano Darío. Mas  no restante, a passagem por estes países foi agradabilíssima, tranquila, segura e inesquecíveis! Resumindo: assim como no Brasil e em muitos países a violência existe, há miséria e pobreza, quadrilhas, falcatruas de todo tipo, bandidos e tudo mais,  mas tem muito mais pessoas de bem, trabalhadores, gentes de bom coração querendo tocar suas vidas da melhor forma possível. Ademais, viajar tem riscos e se nos impressionarmos demais com isso, não podemos seguir adiante e jamais conseguiríamos realizarmos o projeto, o qual nem chegamos a metade do objetivo final.

A passagem pela imigração e das aduanas tanto de saída de Honduras quanto da entrada da Guatemala foi muito rápida e sem filas, como há tempos não víamos. Que delícia!!! Não sabemos se o motivo era por ser domingo, mas foi muito rápido e tranquila. Além dos funcionários de ambos países terem sido cordiais, o que é uma exceção, conforme já comentamos antes.

Fronteira Honduras - Guatemala!

Fazendo Câmbio!

Checando o spot e registrando o momento. As atividades vão ganhando naturalidade durante a viagem!


A idéia era irmos trafegando por terra, através da Guatemala e de lá passarmos para Belize. Na passagem pela imigração Guatemalteca, Gustavo perguntou para o funcionário se havia em Puerto Barrios a possibilidade de fazermos um transporte das motos e de nós para Belize por barco. O funcionário, muito solícito, foi além de simplesmente responder. Pegou o celular e ligou para um amigo seu que tinha um barco e que fazia este serviço, e este respondeu que nos levaria, juntamente com as motos e que fazia este transporte com frequência. Silvio e Gustavo estavam desde o dia anterior, quando haviam ventilado a possibilidade, animados com idéia. Já Achilles estava um pouco reticente com essa pitada extra e não programada de aventura, porém, literalmente, entrou no barco!

Então, fomos até o tal Puerto Barrios.

Contemplar! Atividade comum na expedição! Nesses momentos reina o silêncio exterior e iniciam-se os diálogos interiores!

Mas também é preciso registrar os momentos!

Mar azul na Guatemala, bonito!

Blue + Blue com Achilles!

Gustavo pegou o jeito. Saindo um exímio fotógrafo!


Rodovias margeadas por coqueirais e bananais, são uma constante na américa central!


Chegando lá, encontramos o amigo do funcionário da imigração. O atracadouro do Porto mais parece um pier de uma casa. Minúsculo, onde se atracam uma meia dúzia de  pequenos barcos, transportando pessoas. Nós imaginávamos que havia um Ferry, ou uma grande lancha, quando para nossa surpresa, só havia barcos pequenos de capacidade para de uma a duas toneladas e para transportar aproximadamente 15 pessoas por vez. Achilles ficou estupefato, mas Gustavo que havia sido incumbido de ver o barco antes da decidirmos pela contratação, já veio com o barco e o capitão para efetuarmos os procedimentos de embarque.

Foi assim: quando vimos já estávamos embarcando as motos com a ajuda da "tripulação" e mais uns dois ajudantes contratados na hora. Foi com certa dificuldade que embarcamos Anita a Valente, Estelita e Valentine Blanc, mas não imaginávamos o que viria pela frente.

Gustavo com a expressão de segurança total na sua decisão! Hehehe


O Capitão havia dito que a navegação seria por um tempo aproximado de uma hora até Belize. Porém, entre o trabalho de embarcar as motos, fazer o trajeto e desembarcar, demoramos cerca de 04 horas e meia.  A travessia foi hard! O Capitão acelerou e a pequena embarcação disparou no oceano atlântico, mais precisamente o Mar do Caribe. No começo até que foi engraçado, mas havia muito solavanco e as motos pulavam muito e não estando muito bem alocadas e amarradas, nos deixando um pouco tensos e  preocupados. Anita, pendeu para a esquerda perigosamente, além do espaço ser pequeno, forçando partes das motos no barco e nos bauletos. A embarcação teve que parar no meio do mar para que Anita fosse levantada e amarrada novamente. Daí, o trajeto até a chegada até Punta Gorda em Belize, fomos segurando as motos e desejando chegarmos o mais breve possível.

As meninas estavam felizes com o passeio de barco. Mal sabiam o que as esperavam!

Deu trabalho para carregar!

Cada figura que apareceu no pier para ajudar!

Motos embarcadas! Agora seria "apenas" navegar!

Sem aventura? Jamais. O barco fez um verdadeiro offshore com a expedição à bordo!

Apenas fotografar, não foi uma tarefa simples nos momentos mais batidos!

Alguns momentos de calmaria, menos para a passageira européia!
Gostou? Clique aqui e assista o vídeo!

Após o alívio de termos chegado, começamos a desembarcar as motos. Foi um drama desembarcá-las. A "tripulação" não tinha a menor noção do que estavam fazendo, demonstrando nitidamente  que era a primeira vez que transportavam motocicletas deste porte naquela embarcação. Tivemos que coordenar a operação que teve momentos muito tensos quando Valentine tombou de lado dentro de barco e ficando meio enroscada em Anita. Aliás, as duas vieram se batendo e se encostando no transporte.

Resumo da ópera: demoramos mais de uma hora para finalizarmos o desembarque e a conclusão foi que os bauletos ficaram amassados e riscados, as motocicletas sem danos sérios, mas com alguns arranhões. Não recomendamos que os viajantes que estiverem com motos do nosso porte a realizar este trajeto. Com motos pequenas e leves é uma possibilidade se o viajante gostar de se aventurar.

Retirar as motos foi ainda mais difícil pela altura do cais! Pobre Valentine!

Mas tudo se resolveu e reinou a tranquilidade no pier de Punta Gorda


Os trâmites na aduana e imigração de Belize também foram ágeis, coroando um dia rápido nas passagens pelas fronteiras dos três países. Quase não acreditamos nisso!

Chegada da aventura em Belize! Divertido e tenso!



Achilles resolveu se encostar em Anita, que ainda mareada, decidiu por deitar-se!



Quando começamos a andar no território do menor país das Américas, já eram 17horas passadas e os primeiros sessenta minutos foram rápidos e agradáveis com uma paisagem de final de domingo bem interessante. De repente, começou cair uma chuva. No início foi devagar e foi aumentando aos poucos até cair água de verdade! Tivemos que parar para colocar as capas de chuvas. Junto com a chuva forte, veio estrada ruim e sem sinalização de faixas e uma escuridão danada. Passamos maus bocados com este quadro. Não dava para enxergar direito pois além da falta de sinalização na estrada, estava muito escuro, chovia muito, os veículos em sentido contrário vinham com luzes altas e para piorar não sabíamos com convicção se estávamos no rumo certo para Belize City, pois o GPS nos indicou uma rodovia de estrada de chão que com a chuva havia barro e assim a refutamos.

Depois de pararmos duas vezes para perguntarmos se era por ali mesmo para irmos para a capital e com respostas positivas, chegamos a  Western Highway o que melhorou muito, mas a esta altura só faltavam 70kms para chegar, estávamos exaustos e com muita fome. Tínhamos tomado o café da manhã às 07 horas, já eram 21horas e durante o dia só havíamos tomado água. Imaginem a nossa fome e depois de tudo isso o nosso cansaço. Chegamos no hotel em Belize às 22:00horas, tomamos banho, pedimos uma comida chinesa no quarto mesmo e desmaiamos. Um dia puxado que exigiu bastante!

E veio a chuva!

E a noite! Pouquíssima visibilidade, em uma estrada sem pinturas ou marcações!


Quem viaja conosco hoje é o nosso amigo Valdecir Machado, que tem acompanhando a saga de Valentine e por ter uma moto igual, propôs inclusive desmontar sua moto e enviar peças se fosse necessário. Oportunamente, fica o registro de como os amigos do Grupo Chapecó Moto Adventure tem sido solícitos e de como tem acompanhado de perto a Expedição Três Américas, em especial, um grande abraço para o amigo Carlos Tirapelle que tem sido o embaixador do grupo junto à nós, buscando notícias diárias e postando seus comentários! Grande abraço à todos os membros do grupo!

Valdecir e a sua Blue Tiger!



4 comentários:

  1. Opa, muito obrigado pela homenagem pessoal.

    O Chapecó MotoAdventure agradece. ...... mas parem de derrubar estas motos , kkkk

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  2. Hehehe eu pagava pra ver esse barquinho com estas pequenas motos ....e a reticencia do amigo Achiles rsss rsss

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  3. Mais uma aventura para a coleção da expedição e boas histórias para contar. Rsrsrs Bacana! Abraços

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  4. Olha tchê, mas foram ao Belize de canoa! Inacreditável! E agora no México é PURA VIDA, hermano!

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