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sábado, 27 de junho de 2015

25º.  E  26º. Dia- Deixamos a Costa Rica, passamos pela Nicarágua e chegamos à Honduras. Uma beleza diferente.

25º. Dia- Nicarágua: gostamos do país e nos sentimos seguros

Como dizem por aí,  era  óbvio hululante e previsto: a passagem pela imigração e aduana nicaraguense, foi  terrível! Demoramos no mínimo 3 horas e meia num calor infernal, mesmo contratando um “despachante” para nos ajudar. Imagine se não tivéssemos contratado o tal despachante. ( Nesse caso, entenda despachante como um moleque ligado a muitos outros e que tem o "poder" de agilizar os trâmites!)  É papel para todo lado e carimbos e formulários que os funcionários exigem. Até a nossa temperatura corporal foi medida e nos deram um papelzinho pequeno carimbado.......Deus Pai! Também borrifaram um controle de pragas na Anita, Valentine e Estelita. E para cada passo, um valor cobrado.
Depois de três horas e meia nos liberaram para seguir adiante. Uma estrada muito boa e sem acostamento novamente nos apareceu. Apesar do asfalto ser muito bom  a falta do acostamento deixa o trajeto sempre perigoso. Os ônibus, caminhões e carros param no meio da pista para entrar em algum lugar ou para deixar passageiros e eis que se instala uma confusão. Salve-se ou desvie quem puder.  Outra questão é que  na Costa Rica e na Nicarágua, os veículos em geral não trafegam com as luzes acesas e isso é muito ruim. Algumas vezes nos deparamos com uma moto de frente ao fazermos uma ultrapassagem, pois simplesmente não a enxergamos de longe, pela falta das luzes acesas.

Transportes e caronas na América Central!



Outro aspecto diferente é que da Argentina até a Colômbia a presença de perros(cachorros) na pista era uma constante. Um pesadelo para motociclistas. No Panamá e Costa Rica, os perros sumiram e agora na Nicarágua, nem tanto como naqueles países, mas já levamos uns três sustos com os bichinhos. 
Fomos para uma cidade chamada León, antiga e pitoresca. A segunda cidade mais antiga e a segunda maior da Nicarágua. Construções do século XVIII, uma enorme mesquita, comidas nas feiras e muitos restaurantes e bares bem interessantes. No início, a cidade parecia que não tinha muito a oferecer, mas depois constatamos que há muitas opções do que fazer .

Chegada a Leon!


Além disso, nos hospedamos num hotel chamado Flor de Sarta, muito bacana. Simples, mas muito confortável, com um bom café da manhã, com funcionários e o proprietário muito simpáticos. O proprietário, um francês que abandonou a França há dois anos e meio e veio montar esta pousada. Foi muito legal nos hospedarmos lá . O francês, cujo nome é Benjamin, nos indicou um restaurante cubano, interessantíssimo e este restaurante foi outro ponto alto da Nicarágua. O cubano, outra figuraça agradável, de nome Orlando nos brindou com uma boa comida, um delicioso mojito e muito bom humor! Show! Emoções que a viagem nos proporciona.

Cliquem e vejam: Orlando e o bar recomendadíssimo: Cubano! León, Nicarágua

Gostaríamos de comentar que desde o planejamento da viagem, os comentários são todos indicando que Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e norte do México, são o auge do perigo e da violência. Achamos que tudo isso tem um fundo de verdade e de realidade. Mas, durante a nossa estada na Nicarágua, não sentimos nenhum perigo aparente, andamos à  pé por León, bem tranquilos e nas rodovias igualmente. Foi a nossa sensação e experiência. E além disso, mesmo com todos os mesmos problemas já conhecidos de pobreza e tudo mais, um povo simpático e um país acolhedor.
Não lembra nada aquele país que aparecia nas manchetes de jornais nos anos 1970, de guerrilheiros e muita violência, por ocasião da revolução realizada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional para tirar o ditador Somoza.

Informações: o câmbio da moeda oficial da Nicarágua que é o Córdoba, estava neste dia assim: 01 dólar vale 25 córdobas.

O preço da gasolina está caro na Nicarágua. Um litro, custa aproximadamente 1 dólar e cinquenta centavos.

Infelizmente, estamos viajando numa época em que o real está desvalorizado perante a grande maioria das outras moedas e portanto tudo está caro para nós. 

26º. Dia- Saindo da Nicarágua e rumando para San Pedro Sula. Será mesmo?

Combinamos de sair bem cedo como no dia anterior. Acordamos às 05:30hs, tomamos um bom café da manhã com frutas(já fazia uns dois ou três dias que não aparecia frutas no nosso cardápio), e outras coisas boas. 

Na saída, muito trânsito mas uma boa estrada. Andamos uns 40kms e paramos para abastecer. Tomamos água ainda às 08:30, pois  o calor já dava o ar de graça. Quando fomos sair, Silvio demorou um pouco(o que não é normal) e Achilles e Gustavo ficaram esperando. Como a demora estava incomum, fomos até mais próximo e Silvio sinalizou com um sinal negativo.
Por algum motivo Valentine se "ressentiu" (termo este usado por um motociclista que pilotava uma Honda de 1982 , achamos genial). Não sabíamos ao certo o que havia acontecido, pois desde o reencontro, Valentine e Silvio seguiam normalmente.
Fato é que estávamos parados e todo o ânimo dos expedicionários, aos poucos, foi se transformando em apreensão, mesmo que ainda crédulos de que nada grave se sucedia. A empolgação foi dando espaço a frustração, que aumentava como o calor regional, 35 graus logo cedo, antes das 9am.
Mantivemos a calma, Gustavo foi atrás de oficinas, após informações nos fornecida pelos frentistas, enquanto Sílvio e Achilles ficavam manejando Valentine. Infelizmente, o comércio local abre a partir das 9am, com atrasos!!! Gustavo volta sem mecânicos, mas com algumas oficinas por perto e indicações para reparos da Valentine. Estelita rebocou Valentine até a mecânica mais próxima - MASESA, escoltada pela Anita,. Mecânica de motos pequenas, mas como era a opção para o momento. Lá fomos nós!

Enfim, já suados pelo calor extremo, mas contentes e bem recebidos pelos staffs locais. Já mais confiantes, com Valentine na "sala de operações˜, Silvio e Cesar (mecânico local) iniciaram os trabalhos. Desmontaram algumas fiações antes feitas, acreditando se tratar de pane elétrica, testes pra cá, testes pra lá, Achilles e Gustavo na ante-sala aguardando o ronco da Valentine, que demorava para soar! Sílvio com feição de preocupação, por tudo que já havia passado e agora, por ter em mãos mais este problema. Assim se tem sido, não tão fácil, mas SEMPRE juntos doravante!

Já haviam se passado 3 horas, já próximo ao meio dia, ainda sem solução, já com um certa aflição e desgaste a mais por parte do expedicionários, chega um novo mecânico de nome Norving (Nicaraguense, apesar do nome). Sujeito jovem, engraçado, falador, mas perspicaz, curioso, que nos deu ânimo pela auto confiança do rapaz, apesar de jovem.

Investigando o mal súbito!

Auxiliar de mecânico, Silvio!

Enquanto isso o cansaço dominava os expedicionários!


Mais testes aqui e ali e pela primeira vez, descartamos o que mais temíamos, a bomba da gasolina estava ok, ufa! O rapaz realmente parecia saber de mecânica de motos, aos poucos fomos conversando, todos ajudando e por vezes, dando pitacos. Se ajudou ou não, ainda não sabemos mas o filho de mecânico, por fim fez soar pela primeira vez, depois de horas a Triumph Explorer Valentine. Voltamos todos a sorrir, mas ainda alguns reparos elétricos deviam ser feitos antes de tentarmos seguir viagem, pelo adiantado da hora e termos a aduana Nicaraguense, já famosa pela sua morosidade, somados a todo risco que queríamos evitar ; Honduras a noite.

Agradecimentos a MASESA e sua equipe, especialmente a Cesar e Norving, que resolveram nosso problema. Despedidas feitas, enfim partimos!

Equipe Masesa que nos recebeu muito bem, à esquerda Norving, que assim como Ivan e o Japa, são magos das motos!



Saímos próximo das 17:30h, ainda tínhamos pela frente um trecho de 77km até a fronteira, que foi tranquila, com Valentine se portando bem.

A chegada à fronteira já mudou um pouco, caminhões parados, logo atravessamos com as motos em frente a cancela aduaneira, logo um rapaz se aproxima, os "despachantes"locais se apresentando, curioso foi quando um chama pelo nome de Gustavo entre os expedicionários, rimos!!! Provável que já da aduana de entrada os tenham avisado, confirmado posteriormente. Erick, o despachante, nos orientou, nos deixou estacionados, acordados os valores de saída em torno da Nicaragua em torno de U$ 25,00 por moto. Apesar de errado, foi a forma que encontramos de evitar a noite para entrada em Honduras e agilizar o nosso dia, que já tinha sido pesado. O rapaz sumiu com nossos documentos, mas em 40 minutos, tudo "listo" ou pronto! Agora, faltava a aduana Hondurenha, que Erick já nos encaminhou para outro despachante que novamente solicitou as documentações para os trâmites e pouco menos de 1h, estávamos passando para o lado de Honduras. O interessante disso tudo, que tivemos tempo, pela primeira vez em uma aduana, de conversar, tirar fotos com os locais, pois não saímos das motos ou de perto delas, não vimos um agente aduaneiro sequer, triste ou infelizmente, não diríamos assim! Fato é, que assim foi.

O pastor José que prometeu rezar por nossa expedição! Muito obrigado!


Cansados, mas registrando tudo!

Por vezes pensávamos estar em um filme de faroeste!

Cada pequena passo, uma grande conquista! Olhe o detalhe das malas tortas de Valentine que segue fazendo jus ao seu nome!

"Despachantes oferecendo serviço"  aos caminhoneiros!

Garotada curiosa!

Fazendo pequenos amigos!

Se quer fazer foto com minha moto, me permita fazê-la com seu chapéu!

Curiosos II!

Erick o agente 86 das liberações aduaneiras!

E assim ficamos esperando!

O policial de  folga Pablo e o Pastor José, nos dando as dicas de Honduras!


Já 18:30pm, entardecer, nos programamos pra ficar na cidade mais próxima do lado hondurenho, que se chamava Choluteca, uns 50km da fronteira. Assim que saímos, nos deparamos com um asfalto extremamente ruim, cheio de buracos enormes, com o receio de estarmos entrando em Honduras muito depois do planejado, ainda nestas condições.

Começo difícil em Honduras. Crateras!

Algumas preenchidas com areia e garotada pedindo pedágio por tê-las tapado!


Algum tempo depois, já no hotel, tudo certo. Chama a atenção, os seguranças, que são comuns nos estabelecimentos comerciais por aqui, fortemente armados, escopetas, metralhadoras, não diferente neste Hotel.

"Que fique registrado o perfil pró-ativo do Gustavo, sempre disposto à encontrar uma solução e a tranquilidade e cordialidade do Achilles nos momentos mais tensos. Colocar a Valentine de novo na rampa de trabalho foi uma frustração muito grande pra mim, e um novo desafio estava lançado, foram 04 horas me passando por mecânico.  De novo saímos vitoriosos, mas não sem ajuda dos nobres expedicionários. Obrigado Gustavo e Achilles por essa parceria!"(por Silvio).

Cordial abraço


13 comentários:

  1. Buenos dias gurizada rsrsrs, um amigo meu motociclista chamado véio do rio, senhor de uns sessenta pra setenta anos morador em Corumbá-MS, me falou uma vez "viajar de moto não é viagem é aventura por isso eu ainda ano de moto". Ele tem razão é isso que é empolgante.... Boa aventura a vocês gurizada rsrsrs

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    1. Teu amigo tem razão Edson e o motociclismo é fantástico também e sobretudo pelas pessoas que apreciam a mágica de viajar assim. abcos e obrigado por acompanhar.

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  2. É isso, não seria só flores!!! Esta viagem é um desafio somado a convivência, paciência e perseverança. VCS ESTÃO A UM NÍVEL ACIMA. parabéns. Abraços do amigo Lorivan

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    1. A viagem tem de tudo Lorivan. É incrível! abcão e obrigado pelo incentivo.

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  3. Muito legal o entrosamento entre vocês. Espero que os problemas com a Valentine tenham sidos sanados. Avaliem a possibilidade de uma revisão mais aprimorada talvez nos EUA para dar mais tranquilidade a expedição. Abçs e vão com Deus.

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  4. Muito legal o entrosamento entre vocês. Espero que os problemas com a Valentine tenham sidos sanados. Avaliem a possibilidade de uma revisão mais aprimorada talvez nos EUA para dar mais tranquilidade a expedição. Abçs e vão com Deus.

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    1. Opa! É uma possibilidade meu amigo! Estamos seguindo! Abraços!

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  5. Muito legal o entrosamento entre vocês. Espero que os problemas com a Valentine tenham sidos sanados. Avaliem a possibilidade de uma revisão mais aprimorada talvez nos EUA para dar mais tranquilidade a expedição. Abçs e vão com Deus.

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  6. Sílvio , mais um teste para tua paciência e teus nervos . Ainda bem que o final foi feliz . Bonito teu agradecimento aos dois parceiros . Apesar de tudo , eu bem que gostaria de estar junto . Forte abraço , Tirapelle .

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    1. Você iria gostar da viagem Tirapelle e temos certeza que seria um grande companheiro! Obrigado pela força! abcao

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  7. Silvio, Achilles e Gustavo, na minha visão de uma aventura como esta alguns percalços estariam no caminho, e tenho certeza que vocês já previam alguma coisa ( menos um acidente, claro) então depois de solucionado um problema para depois o outro tudo vai transcorrendo muito bem, e a noite quando baixa a adrenalina fica a lembrança do dia transcorrido. Grande abraço a todos.

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    1. Grande Cava! É isso mesmo! Problemas ocorrem e vão ocorrer. Temos que solucioná-los e seguir adiante, sempre comemorando depois......hehehehehe abcao Cava e obrigado nos acompanhar!

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  8. Que sigam bem. E afinal o que rolou com a Valentine?

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