Amigos, vamos postar sobre estes dois juntos
pois foram corridos. O nosso cotidiano tem sido assim, acordar entre 06:30 às
07horas, fazemos a “assepsia geral” (como dizia o primo do Achilles, o Silas
Schimiti), depois vamos arrumando a bagagem. Tomamos um café reforçado, pois,
almoço só frutas excelentes de beira de estrada ou um lanchinho rápido
preparado ainda no café da manhã “to go”. Depois subimos, nos vestimos e
descemos com a bagagem para arrumar nas motos, tudo leva mais ou menos uma hora
e quinze minutos a uma hora e meia. Colocamos o nosso destino no GPS, damos uma
checada na moto como por exemplo, verificar as libras dos pneus e rumamos para
o objetivo. Durante o dia é rodagem e paradas somente para abastecer, ir ao
banheiro, comer algo e tirar fotos ou filmar. Temos rodado (contando o tempo
todo entre a saída e chegada) algo entre 10 a 12 horas. O trecho entre Puno e
Nazca foram 14 horas e meia, lógico que contando o tempo parado em Arequipa
para comprar o seguro obrigatório e tudo mais. De qualquer forma, chegamos
cansados, vamos ao hotel, descarregar bagagens, colocar equipamentos para
carregar na tomada, tomarmos banho, sair para jantar e voltarmos para
escrevermos o blog. Este, está sendo escrito em seis mãos desde que saímos e
mesmo agora temporariamente afastados, Achilles, Gustavo e Silvio.
Tentamos
escrever o blog na terceira pessoa exatamente por ser escrito por seis mãos e
por este motivo pode haver imperfeições de grafia, acentuação, concordância,
etc, pois o cansaço é grande para escrever no final da noite, não se passa por
uma revisão rigorosa e vai para a publicação. Perdoem-nos por isso e relevem.
Oportunamente, quem sabe poderá ser corrigido o texto.
O trecho entre
Chiclayo e Machala foi como todo o trecho realizado no Peru: trechos belíssimos
e auto estradas extremamente confortáveis, alternadas com passagens penosas em
algumas cidades com intenso tráfego e muitos quebra molas, sempre acompanhado
de alguns sustos e fechadas realizadas pelos “fora da casinha” motoristas
peruanos. Perto da fronteira entre o Peru e Equador ou Ecuador como se escreve em espanhol, há alguns
balneários bonitos e num dos quais paramos para tirar fotos, mas todos sem infraestrutura.
A paisagem bonita sempre nos faz parar para fotografar. Estes registros serão a
memória desta história e irá ser muito interessante para recordarmos da viagem
no futuro e também poder compartilhar nossos momentos com pessoas que nos são
caras.
A temperatura
esteve elevada e nos fez suar, tornando a viagem um pouco desconfortável.
Aliás, desde Arequipa, a temperatura se elevou bastante. Temos trafegado com
temperaturas entre 30 a 32 graus. Para quem como nós veio do frio, isso é
bastante.
A passagem pela
fronteira ocorreu por volta das 18 horas e registre-se que neste ponto, a
aduana e imigração são educados, rápidos e as instações são muito boas, amplas,
com banheiros, lanchonetes. Muito elogiável!!
No primeiro
ponto se faz a imigração do Equador e se entrega a declaração à aduana,
relativo a saída do Peru. Estranho que a aduana equatoriana se faz só uns 04kms
após. Aqui demorou um pouco mais, mas tranquilo.
Na aduana
equatoriana, encontramos Juan, um simpático argentino de Mar del Plata, o qual
segundo ele pretende chegar ao Alaska, pilotando uma Biz. Tempo previsto: 01
ano. Já saiu há dois meses de Mar Del Plata. Para angariar recursos para a
viagem, faz alguns artesanatos e vende, toca violão, enfim, se vira. Não tem o
visto americano e tampouco o canadense, mas pilota feliz a sua Biz, não
economiza sorrisos e segue seu rumo sem titubear. Vamos torcer por ti Juan!
Grande personalidade que encontramos no caminho. Juan, nos remeteu ao genial
Raul Seixas na música igualmente genial e inesquecível: MALUCO BELEZA!
Após o encontro
com Juan e terminado os trâmites aduaneiros, seguimos para Machala, já
escurecendo e pela primeira vez desde que saímos uma chuva fina nos pegou. Não
foi ruim, pois foi além de fina, a chuva nos refrescou. Chegamos por volta das
19:30hs em Machala, uma cidade com aproximadamente 120 mil habitantes e surpreendentemente para nós, a cidade
revelou-se bela, organizada, limpa, com corredor só para ônibus, avenidas
largas, ciclovia, praças, urbanização impecável, uma beleza! Gostamos bastante
pois não esperávamos que a cidade fosse tão impecável!
Outro fato
interessante é que aqui a moeda do país é o dólar americano. (lembrança para
uma diferença, moedas de 0,50 e 1 dollar)
-MACHALA/EQUADOR
A SANTO DOMINGO/EQUADOR
Saímos do hotel
por volta das 08:30hs e o termômetro já marcava 28 graus neste horário. A
umidade relativa do ar também modificou-se profundamente. Suamos bastante já na saída arrumando as bagagens e
movimentando as motocicletas.
As roupas de
pilotagem e as motos Anita e Estelita também estão muito sujas. Provavelmente
isso será resolvido em Bogotá ou no Panamá, local que iremos parar para
realizarmos a revisão das máquinas e teremos tempo para lavar as roupas.
No caso da
umidade, se por um lado suamos
bastante, por outro nossos lábios pararam de ficar tão secos, rachados e
doloridos em virtude do ar seco que imperava antes.
Na saída ao
verificar o nível dos pneus, Achilles notou que havia baixado um pouco a
calibragem do seu pneu traseiro para 36 libras,(o ideal seria 41/42 nos pneus
ora utilizados) e então paramos numa revendedora de pneus continental para
calibramos. Ao pararmos no local, o gerente imediatamente veio a nós quando
visualizou as motos. Chama-se Patrício, é motociclista, tem uma 800 cc da BMW e
colocou-se à disposição para qualquer problema e gentilmente nos acompanhou até a saída da cidade.
Coisas que o motociclismo nos proporciona: uma camaradagem ímpar entre os
motociclistas. Uma empatia generalizada entre aqueles que apreciam viajar de
moto.
Após uns 10km da
saída da cidade, Achilles observou que a calibragem vinha diminuindo aos poucos
chegando a 30 libras. Acendeu a luz de advertência no painel e então resolvemos
voltar no estabelecimento do Patrício para verificar o problema. Infelizmente o
nosso amigo motociclista não estava lá, mas colocamos a moto no cavalete e
verificamos que havia uma pequena pedra no pneu, causando a saída lenta de ar.
O pessoal da revenda de pneus disse que ali não se realizava reparos e nos
indicou uma gomeria (borracharia) para efetuar o reparo, mas Gustavo afirmou
que seria mais rápido efetuar o conserto utilizando o que dispúnhamos para
fazer isso, o famoso “macarrão” e
se dispôs a fazê-lo. E o fez rápido e com eficiência, mantendo 42 libras até o
momento. Show!
Assim,
finalmente, já marcando 10:30hs, conseguimos seguir adiante.
O calor e a
umidade eram altos, fazendo-nos molhar os cabelos dentro do capacete. Após
Salta e alternativamente um pouco no Peru, o cenário era de deserto, um tom
pastel, meio melancólico, alegrando-nos quando defrontávamos com o majestoso
oceano. Agora, a partir de Machala, o verde tomou conta da paisagem,
trazendo-nos satisfação, pois o verde potencializa mais vida, menos enfadonho
que aquela paisagem bonita no início mas enfadonha a partir de alguns dias.
A ruta de uma
malha rodoviária perfeita, mas com muito movimento, quebra molas com pessoas
vendendo sucos, água, comida e coisas do gênero, muitos e muitos caminhões e
carros, passando por meio de lugarejos e cidades e nos atrasando cada vez mais
ao destino.
Como dissemos, o
asfalto é de boa qualidade, mas não tem acostamento e aliada ao alto tráfego,
torna a viagem perigosa. Não imaginávamos movimento desta intensidade de jeito
nenhum. Passamos o dia trocando marchas num ritmo intenso, abusando dos freios
para ultrapassar e para atrás do próximo veículo a ser ultrapassado.
Um aspecto
desagradável é que nosso GPS desde Nazca, vem titubeando e saindo do ar de vez
em quando e nos deixando na mão. A partir da entrada no Equador, este fato
acentuou-se e nos faz ficar parando e: “ Permisso; necessito de uma
información: Adonde se vai para .........” Esperamos que nosso GPS volte à
capacidade de nos orientar com precisão. Não sabemos se isto está ocorrendo em
virtude da base de mapas que instalamos ou o sinal de satélite no Equador e no
norte peruano não funcionam bem.
Então,
percorremos 420kms em 08 horas de um trâfego infernal como já mencionamos,
muito calor, muita umidade, muitos bananais ao lado da estrada, muitas árvores
bonitas, muito verde fechado nas montanhas, muitos policiais no caminho, tendo
um nos parado para nos advertir da velocidade das motos e recomendou-nos irmos
despacio. O limite de velocidade é de 90kms/h.
Não sabemos se
em virtude de sermos moradores de uma cidade pequena de 200 mil habitantes, mas
o fato é que estamos impressionados com os graves problemas de trânsito em capitais dos países como as caóticas La Paz e Lima e também nas cidades
menores de países como Peru. Definitivamente, o automóvel, uma fantástica
invenção do homem, transformou-se também num drama humano. Como será daqui a
vinte, trinta anos?
No caminho
também despertou atenção as frutas exuberantes, os côcos e as barracas que
tinham os mesmos à beira do caminho, o que nos fez parar para almoçarmos
banana, Piña (abacaxi), sapote e pepa (frutas nativas deliciosas) e lógico,
água de côco.
O trecho foi
todo assim, acelera e para, troca marchas para cima e para baixo. Foi cansativo
e não foi possível chegar ao destino pretendido que era Tulcán. Já eram 18:30hs
quando chegamos numa cidade chamada Santo Domingo. Uma cidade meio triste e
cheia de buracos. Procuramos um hotel, comemos uma parrillada preparada por um
argentino de Santa Fé que veio morar nesta cidade. Tomamos um tinto chileno e
fomos escrever o blog e conversar com os amigos.
O preço da
gasolina aqui é a mais barata até agora. Um galão com 04 litros varia entre 2
dólares e 10 centavos a dois dólares e trinta centavos, ou seja, cerca de R$
1,80. Uma barbada! O país é produtor de petróleo e este é um dos produtos
fortes da economia do país.
Agora, estamos
saindo com o objetivo de chegar à fronteira com a Colômbia. Ontem, conversando
com alguns equatorianos, eles nos alertaram sobre as Farcs. Vamos ver.
Hoje, especialmente
é um dia marcante e muito especial para os três viajantes da Expedição 3 Américas. Passamos dias e momentos
dramáticos com o incidente com Valentine e Silvio. Porém, abençoados pelas
forças do bem, os reparos foram feitos, Silvio está bem e hoje bem cedo,
retomou a estrada. Nossos corações se enchem de alegria e mais do que nunca a
determinação de chegar ao destino e aproveitar a viagem durante todo o trajeto
está muito forte. Finalmente, não vemos o momento de nos reencontrarmos,
comemorarmos efusivamente e voltarmos a fazer as nossas brincadeiras.
Silvio e
Valentine, venham com Deus, firmes, mas com prudência e aproveitem ao máximo as
belas paisagens. Achilles e Anita, Gustavo e Estelita, lhe esperam de braços
abertos!!
Esclarecemos e
achamos que agora o momento é oportuno, que escrevemos e mencionamos pouco o
incidente do Silvio pois combinamos que somente ele falaria sobre o caso.
Escrevemos isso, pois para quem não estava conosco o nosso silêncio sobre o
assunto poderia parecer um descaso nosso, até porque nós partimos e ele ficou.
Acontece que não sabíamos se ele conseguiria reparar a Valentine ou não; alías,
as chances eram muito pequenas que isso acontecesse e se ficássemos e ele não
conseguisse? Seria pior tanto para ele que se sentiria ainda pior e ruim para
nós. Foi Silvio que insistiu que partíssemos.
No dia que
ocorreu o acidente, ficamos completamente arrasados e sentimos por demais o
problema. Afinal, já estávamos planejando a viagem há um ano e já na viagem a
Ushuaia, que Achilles e Silvio fizeram, a expedição a Ushuaia já estava
sonhada. Enfim, foi um baque, sentimos muito, partimos com um nó no peito, mas
era necessário e tínhamos a esperança que ele pudesse retomar a viagem e isso
aconteceu. Dito isso, espero que
tudo tenha ficado bem claro para todos.
Somos uma equipe ao estilo os Três Mosqueteiros: “Um por todos e todos
por um”
Fraternal abraço
a todos e obrigado por prestigiarem os nossos relatos.
Ficha técnica:
os pneus traseiros já demonstram fim de linha. Trocaremos os traseiros em
Bogotá. Até agora valeu a pena a escolha. Achávamos que iríamos estranhar a
pilotagem com estes pneus, mas foi ótimo e como todos os países estão com muita
obras e muitos trechos de desvio off road, o Karoo 3 foi uma escolha acertada.
Playa de pescadores no Peru. |
Leoncio pescador local que nos recebeu no seu trabalho, fez questão de nos mostrar tudo, simpatia de pessoa! |
Aprimorando "skills" fotográficos. Achilles na foto no trapiche peruano. |
Pescadores do Peru. |
A risada era de todo divertimento e das boas vindas destes bons anfitriões! |
Seu Leôncio e Gustavo, momento de descontração. |
Bananal do Equador. Tropical, chegamos com chuva, lembra muito a vegetação brasileira. |
Pose pra foto no Equador, mal sabíamos o que nos agrardava, trânsito pesadíssimo de Machala - Santo Domingo. |
Gustavo, Estelita e a chuva à frente. |
Sofia, esta querida posou pra foto com os Meros pescados!!! |
Pescadores com camarões que nos deixaram com água na boca. |
Gustavo, o "macarronêro"!
ResponderExcluirTenho ajudado como posso, pelo perfil da viagem, coisa pouca não nos assusta!!!
ExcluirTemos sido resolutivos e solícitos ao parceiro!!!
A guerra é pra guerreiro...kkkkk
Forte abraço meu amigo!
Vamos lá Silvio! Fuerça!!
ResponderExcluirVamos que vamos Silvio!!
ResponderExcluirQue beleza de viagem , gostaria muito de estar junto. São experiências únicas de vida. Sigam em frente felizes, logo Sílvio tá chegando.
ResponderExcluirMeu amigo Tira, melhor, nosso amigo Tira! Seria um grande prazer tua presença, já que não fisicamente, teu apoio via blog tem sido ótimo! Obrigado ao amigo! A viagem tem sido fantástica, paisagens, pessoas, receptividade, astral me fazem dizer que o saldo é muito positivo, no entanto, existe a exigência, são ou tem sido dias difíceis, mas compensa, sem dúvidas!
ExcluirHarold, salvei esse teu amigo Achilles algumas vezes...kkkkk!!! Aqui não temos frescura, o que surgir a gente dá um jeito de resolver!!! O equipamento ajuda muito, graças a Deus!
Forte abraço.
Obrigado meus caros! Achilles e Gustavo estão abrindo a trilha. Vai ficar fácil pra mim depois! Isso é que são parceiros! Abraços pessoal!
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